A propósito de pesquisas sobre os animais humanos e não humanos, os
direitos de ambos, li um dia…
“Once upon a time... there was humanity.”
…e escrevi…
Receio... medo... terror... não sei qual a melhor palavra para
expressar o sentimento que por vezes me invade quando penso em direitos
humanos. Choque também não seria uma má palavra para concretizar uma expressão
demasiado comum, reação a enunciados como: direitos humanos? O que é isso? Não
sei!
Voltando ao início, mas evitando a circularidade: Era uma vez... Era
uma vez? Estará a humanidade reduzida ou elevada (depende do ponto de vista) às
páginas de um conto de fadas? Se ao menos tivesse a força de... Bem,
continuemos!
A realidade que me envolve é um misto de referências. Diariamente
convivo com pessoas cada vez mais humanas, que fazem da humanidade o desejável
e a concretizam. Não obstante este facto, coabito num mundo em que cada um, a
cada instante, se desenraíza de tudo o que o possa “prender”, que evita criar
laços com qualquer ser vivo - humano ou não humano -, se aliena em nome de
interesses económicos e financeiros... Sim, são fundamentais, mas não à custa
da essência que nos torna naquilo que somos.
...e continuo a escrever…
Hoje e amanhã são dias que marcam o sacrifício do ser em nome do ter. Gostava
que as coisas fossem diferentes. O dia mundial do animal devia, como muitos
dizem, ser todos os dias… Mas não é! E o cruzamento com o dia de amanhã não é
arbitrário. A educação, não me canso de repetir, foi, é e será sempre a melhor
arma na luta por direitos. Os animais não humanos precisam que falemos por
eles; e os humanos? Uma elevada percentagem, dotada de liberdade, com plena
autonomia, poderá vir amanhã para a rua celebrar o dia mundial do professor. A
questão é a mesma de sempre: virá? Será que, parafraseando quem urge recordar,
se sente obrigado a vir para a rua gritar? (Zeca Afonso) Ou ficará, mais uma
vez, comodamente sentado, parado… à espera… como a nêspera? Sabemos “o que
acontece às nêsperas que ficam deitadas, caladas, a esperar o que acontece…”
(Mário Henrique Leiria)… Sabemos? Não parece!
Amanhã gostava de me espantar: percorrer o caminho traçado com milhares
de professores... Educadores que não se demitiram da sua função e que foram
além do mero “teclar”! Amanhã gostava que todos os noticiários abrissem com a
magnífica marcha de professores em Lisboa! Que lição de democracia daríamos a
todos os que nela já não acreditam!
Porque o poder ainda é do povo, mostra que não te conformas! Luta! Hoje
especialmente pelos animais não humanos, amanhã pelos humanos… E em cada momento da tua existência, luta por todos!
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